Avaliação da qualidade de vida, ansiedade e depressão em pacientes com câncer de colo de útero avançado tratadas com quimioterapia neoadjuvante seguido de quimioradioterapia

Abstract

Introdução: O câncer de colo uterino representa um sério problema de saúde pública mundial. No Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres ocupando a segunda posição na região nordeste. A mensuração da qualidade de vida (QV) tem sido utilizada nos ensaios clínicos em oncologia com objetivo de medir os efeitos colaterais decorrente da quimioterapia avaliando os impactos positivos e negativos sobre a vida de pacientes. Ansiedade e depressão têm interferência direta na qualidade de vida. Objetivo: avaliar os escores de QV, ansiedade e depressão de pacientes com câncer de colo de útero tratadas com quimioterapia neoadjuvante seguido de quimioradioterapia. Métodos: estudo tipo coorte prospectivo envolvendo 40 pacientes com câncer de colo uterino localmente avançado que participaram do protocolo do estudo de fase II avaliando a segurança e eficácia da quimioterapia neoadjuvante, em um hospital de ensino no nordeste do Brasil, entre novembro 2013 e janeiro 2017. As avaliações para QV foram realizadas no pré-tratamento, após a quimioterapia neoadjuvante, após a radioterapia e três meses após o término do tratamento através do Functional Assessment of Cancer Therapy- Cervix (FACT-Cx). Para os níveis de Ansiedade e Depressão, foi utilizado a escala hospitalar de Ansiedade e Depressão – HAD nos quatro momentos. Resultados: a média da idade das mulheres foi 48 (± 11,4) anos, com extremos de idade entre 24 e 67 anos. O número de filhos foi entre 0 e 9, com média de 3 filhos, sendo a maioria delas (52,5%) solteira. Cerca de 60% havia cursado até 4 anos de estudo e 25% eram analfabetas. Na 1ª e 4ª avaliação, as médias de ansiedade foram 7± 3,5 e 5.5± 3,6 e as médias de depressão foram 4,4± 3,2 e 3,7± 2,6 com variação significante entre os escores de depressão. A média dos escores FACT-Cx no pré-tratamento foi de 112,3± 17,4. Na última avaliação obteve-se a média de 116,3±27,6 com variação entre 52 a 155, sem diferença estatisticamente significativa. Conclusão: Os scores de QV das pacientes permaneceram estáveis ao longo do tratamento, sugerindo não haver impacto negativo da adição da quimioterapia neoadjuvante. Houve variação significativa entre as médias e proporção de depressão. Não foi observada diferença significativa quanto à ansiedade.