Comparação de dois protocolos de exercício físico domiciliar sobre a aptidão física de idosas com câncer de mama em tratamento de hormônioterapia: ensaio clínico tipo II

Abstract

Objetivo: Comparar os efeitos de dois protocolos de exercício físico domiciliar sobre a aptidão física de idosas com câncer de mama que estão em uso de hormônioterapia. Métodos: trata-se de um ensaio clínico não randomizado e aberto sendo incluídas mulheres idosas entre 60 e 74 anos com diagnóstico de câncer de mama, estadiamento I ou II e que estivessem em uso de hormônioterapia. Foram excluídas as que apresentassem contraindicação absoluta para realização de exercícios físicos, depressão grave ou desnutrição. A avaliação da aptidão física foi realizada através do Senior Fitness Test no início da pesquisa e após a 12ª semana. As idosas foram divididas em dois grupos e foi ofertado material instrucional desenvolvido para a pesquisa. O Grupo A realizou uma rotina de 29 exercícios e o Grupo B utilizou um protocolo reduzido com 12 exercícios domiciliares a serem realizados autonomamente para amplitude de movimento e aptidão muscular, utilizando-se dos recursos ambientais do próprio domicílio. Ambos os grupos receberam todas as orientações de controle e treinamento para o uso do manual que foram oferecidas por meio de uma palestra introdutória e contatos telefônicos semanais subsequentes. As participantes deveriam cumprir seu respectivo programa por um período total de 12 semanas. Os resultados foram obtidos a partir do pacote estatístico SPSS 13.0 for Windows e foi aceito um p<0.05, os testes utilizados foram o teste t student para variáveis numéricas, o Qui-quadrado e quando pertinente o Exato de Fischer para as variáveis categóricas e a análise da comparação entre dois grupos foi realizada por meio do teste t student pareado. Resultados: em relação à análise intragrupo verificou-se no Grupo A que houve melhora significativa em todas as variáveis avaliadas referentes à aptidão física e à força de preensão palmar no lado não dominante. Em relação ao Grupo B, houve melhora significativa nos aspectos relacionados à Flexibilidade de MS (15,8±15cm vs -12,43±15,7cm; p=0,002), à força de membro inferior (MI) (12,67±2,8 repetições vs 14,10±3,0 repetições; p=<0,001), à flexibilidade de membro inferior (MI) (-3,72±13,9cm vs 2,62±8,96cm; p= 0,001) e à resistência aeróbica (75,9±28,1 repetições vs 91,6± 24,7 repetições; p=<0,001). Para análise intergrupo, comparou-se a diferença das médias antes e depois do protocolo de exercício físico domiciliar em que foi observado uma diferença na média antes e depois da intervenção onde o Grupo A apresentou uma melhora maior na força de preensão palmar no lado dominante (1,68kg vs -0,48kg; p= 0,001), na flexibilidade de MS (8,32cm vs 3,45cm; p<0,001), na força de MI (2,53 repetições vs 1,55 repetições; p=0,045) , na força de MS (3,37 repetições vs 0,86 repetições; p<0,001), na agilidade e equilíbrio dinâmico (-0,85 segundos vs -0,16 segundos; p= 0,011), na flexibilidade de MI (11,53 cm vs 5,64 cm; p < 0,001) e na resistência aeróbica ( 44,29 repetições vs 15,93 repetições; p < 0,001). Conclusão: Os protocolos avaliados apresentaram ganhos relacionados aos componentes da aptidão física dentre eles a amplitude de movimento e força muscular e sua escolha deve ser realizada de acordo com os objetivos terapêuticos determinados para cada paciente.