Análise dos níveis séricos de quimiocinas em mulheres idosas com câncer de mama

Abstract

Objetivo: avaliar os níveis séricos de IP-10, MIG, RANTES, IL-8 e MCP-1 em idosas com câncer de mama. Métodos: entre 2016 e 2017, foi realizado uma coorte de pacientes idosas com câncer de mama no serviço de Oncogeriatria e no Laboratório de Pesquisa Translacional do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). Foram incluídas 47 mulheres idosas com câncer de mama (CM; 71,2 anos ±8,32), sem tratamento prévio, elegíveis para tratamento cirúrgico e/ou quimioterápico, distribuídas em 4 grupos, de acordo com o subtipo tumoral: 20 luminal A (LA), 11 luminal B (LB), 7 HER2+, 9 triplo negativo (TN). Como grupo controle, foram incluídas 31 idosas (73 anos ± 8,24) que não possuíam história pregressa ou familiar de câncer oriundos do ambulatório de geriatria do IMIP. A concentração de quimiocinas MIG, IP10, RANTES, IL8 e MCP1 foi detectada por meio do kit de CBA Chemokines (BD Bioscience), conforme instruções do fabricante. Testes de Mann-Whitney e Kruskal -Wallis foram usados para análise de medianas entre dois grupos e três ou mais grupos, respectivamente. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p < 0,05. As análises foram realizadas no programa Graphpad V7.0. Resultados: Os níveis séricos de IP10 foram elevados nas pacientes com câncer de mama luminal A e TN quando comparada ao grupo controle (p=0.02 e p=0.0004, respectivamente). As pacientes com subtipo TN possuem níveis elevados de IP10 quando comparadas ao luminal B (p=0.03). Os níveis MPC-1 foram elevados nos subtipos LA, LB e HER2+ quando comparados ao TN e controles (p<0.0001). Entre os grupos LA, LB e HER2+, não houve diferença significativa. Também não houve diferença significativa entre TN e controles. Nas análises de IL8, RANTES e MIG, não foi observado diferença significativa entre os grupos. As pacientes que foram à óbito nos primeiros 12 meses a partir do diagnóstico apresentaram níveis elevados de IL8 quando comparadas ao grupo que sobreviveu (p=0,009). Nas análises de IP10, RANTES, MIG e MCP1, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos. Conclusão: Conclui-se que as quimiocinas IP10 e MCP1 podem estar relacionadas a um maior infiltrado de linfócitos e monócitos na neoplasia de mama, sendo a elevação dos seus níveis associados ao subtipo tumoral. A IL8 pode ser um importante fator preditivo de doença avançada e de óbito no câncer de mama em idosa.