A frequência de ansiedade, depressão e burnout em estudantes de medicina

Abstract

Introdução: O curso de medicina envolve vários fatores estressantes que contribuem para o adoecimento do estudante. Sintomas de ansiedade, depressão e burnout são prevalentes durante a formação do médico e influenciam sua maneira de lidar com a profissão, sua própria saúde e seus futuros pacientes. Método: O estudo possui caráter descritivo, tipo corte transversal com estudantes medicina de todos os períodos da Faculdade Pernambucana de Saúde, Universidade de Pernambuco e Universidade Federal de Pernambuco, no período de maio de 2015 a maio de 2016. Os instrumentos utilizados serão a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão, a Escala de Burnout de Maslach para estudantes e o questionário sociodemográfico. Resultado: O total de estudantes matriculados no período da pesquisa foi de 2.573 alunos. Foram coletados 1.208 questionários evidenciando uma taxa de adesão a pesquisa de 46,94%. Houve variação significativa nas frequências de depressão (p=0,021), burnout (p<0,001) na UFPE e FPS, respectivamente. Discussão: A frequência de sintomas de ansiedade e depressão no nosso estudo foi de 306 (25,3%) e 226 (18,7%), respectivamente. Os estudos que investigaram a presença desses sintomas em populações semelhantes apresentam variações em relação à frequência de sintomas depressivos entre 15,7% e 46,5%, e em relação a sintomas ansiosos entre 20% e 79,9%. No nosso estudo não houve uma variação significativa dos sintomas de ansiedade nos estudantes. A frequência da síndrome de burnout foi de 69 (5,7%), estudos nessa área demonstraram frequências discrepantes. como 20,4% e 14,9%. Estudos caso-controle podem ser outra alternativa, já que 1 em cada 5 estudantes apresentou sintomas de ansiedade e depressão no nosso estudo, demonstrando que a estrutura dos cursos de medicina pode ser danosa a esfera física e mental dos estudantes.