Craniectomia descompressiva em hospital especializado da rede SUS-Pernambuco

Abstract

A craniectomia descompressiva é abordagem neurocirúrgica utilizada para tratamento da hipertensão intracraniana refratária. Métodos: Análise retrospectiva das craniectomias descompressivas incluiu idade, gênero, comorbidades, indicação da craniectomia descompressiva, avaliação neurológica admissional e pré-operatória, tempo evento causador- internamento e internamento-cirurgia; técnicas neurocirúrgicas utilizadas e resultado neurocirúrgico. Estudo aprovado Comitê de Ética em Pesquisa CAAE: 01690312.0.0000.52010. Resultados/Discussão: No ano 2012, foram realizadas 25 craniectomia descompressiva (3,5% das neurocirurgias). A idade média foi 48 anos, com predomínio masculino. Craniectomia descompressiva foi indicada no contexto do AVCI em 52% dos pacientes. Vinte por cento dos pacientes estavam em coma na admissão e 56% no pré-operatório. O tempo entre o evento motivador e a cirurgia foi >48h em 50% dos casos. O tempo entre internamento e cirurgia foi <48h em 76% dos pacientes. A técnica em-janela foi eleita em cerca de 1/3 dos pacientes e em 43% naqueles com AVCI do hemisfério direito. No AVCI do hemisfério esquerdo, a técnica clássica foi escolhida pelos neurocirurgiões em cerca de 80% dos casos. A indicação de craniectomia descompressiva no HPS obedece a critérios específicos. Em nossa casuística, considerando apenas os critérios de idade e estado neurológico admissional, foi possível perceber quebra de protocolo em 44% dos casos tratados. Conclusão: Resultados desfavoráveis após a craniectomia descompressiva foram encontrados quando: a) pontuação na escala de coma admissional foi ≤6 pontos, b) tempo evento-craniectomia foi >48h; c) houve piora neurológica antes do procedimento, d) na presença de ≥3 comorbidades clínicas. Craniectomia descompressiva no cenário do AVCI deve ser definida na admissão do paciente, de acordo com os critérios publicados na Pauta de Condutas HPS.