A acurácia da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por ultrassonografia (USG) na detecção do comprometimento axilar pelo câncer de mama

Abstract

Introdução: A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) guiada por ultrassonografia (USG) no comprometimento axilar pelo câncer de mama tem sido sugerida como exame de baixo custo e rápida execução. Todavia sua real importância ainda não está definida. Objetivo: avaliar a acurácia da PAAF guiada por USG na deteção de comprometimento axilar no câncer mama e compará-la a outros métodos de avaliação da axila: palpação axilar (PA) e USG de axilas isolada. Métodos: realizou-se um estudo de acurácia, utilizando dados de pacientes com câncer de mama atendidas entre 2013 e 2017 em serviço de mastologia no Recife, Brasil. Calculou-se: sensibilidade, especificidade, acurácia, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) da PA, da USG de axilas e da PAAF. Foi adotado como padrão-ouro o exame histopatológico (do linfonodo sentinela e/ou da dissecção axilar). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Resultados: foram analisados 206 tumores. A PA foi verdadeiramente positiva em 34% dos casos, semelhante aos resultados obtidos para a USG de axilas (36,4%). Amenor incidência de falso-negativos foi encontrada para a PAAF guiada por USG (16,5%). O comprometimento axilar foi identificado em 82 (39,8%) dos casos. A PAAF guiada por USG foi realizada em 79 casos, dos quais, 51(64,5%) foram verdadeiro positivos e 13 (16,5%) foram falso-negativos. Analisando os resultados comparativos da PA, USG de axilas e PAAF guiada por USG com o padrão-ouro (resultado do exame histopatológico) foi observado que: a PA apresentou acurácia de 69,9% (95% IC 6,.1-76,1), melhor que a USG de axilas, que teve acurácia de 68% (95% IC 61,1-74,3). A PAAF guiada por USG mostrou possuir alta especificidade (100%, 95% IC 81,9-100%) com VPP de 100% (95% 5 IC 94,3-100%), porém com baixo VPN (53,6%, 95% IC 33,9-72,5). O melhor VPN foi a da PA (59,7%, 95% IC 50,5-68,4), seguido da USG de axilas (59,1%, 95% IC 49,3-6,4). A acurácia da PAAF guiada por USG foi 83.5% (95% IC 73,5-91,0). Conclusão: a boa acurácia da PAAF de axilas guiada por USG encontrada sugere ser este um exame promissor na investigação do comprometimento axilar pelo câncer de mama e possível aliado na definição de condutas pré-cirúrgicas.