Metotrexato em altas doses no tratamento de crianças com leucemia linfoblástica aguda: monitorização de nível sérico e fatores associados à toxicidade

Abstract

Objetivo: Descrever a toxicidade do HDMTX de acordo com a sua dosagem sérica em crianças em tratamento de LLA. Método: Estudo transversal, com pacientes menores de 21 anos com LLA tratados na oncologia pediátrica do IMIP, de março de 2020 a maio de 2021. Foram avaliados parâmetros clínicos e laboratoriais de toxicidade, nível sérico de MTX após infusão e esquema de resgate com leucovorin (LCV). Realizou-se análise no Stata 13.0 e as variáveis contínuas apresentadas como medidas de tendência central, as categóricas como distribuição de frequência, sendo utilizado o teste qui-quadrado para verificar associações. Resultados: Foram analisados 221 ciclos de HDMTX em 85 pacientes – 76,5% LLA-B e 23,5% LLA-T. A média de idade foi 7,4 anos e 68,2% eram do sexo masculino. A toxicidade mais encontrada foi a hematológica (neutropenia e plaquetopenia) e dentre as clínicas, mucosite e febre. Houve retardo na excreção do MTX em 30 ciclos, desses, 18 evoluíram com aumento relativo de creatinina. Conclusão: Observou-se maior incidência de toxicidade hematológica nos ciclos que infundiram 5g/m² em 24h. Uma minoria de ciclos apresentou retardo na eliminação do MTX, porém a maioria desses ciclos apresentou elevação de creatinina. Quando comparada ao nível sérico de MTX na hora 42, os valores de creatinina, isoladamente, não foram bons preditores de toxicidade.